terça-feira, 10 de agosto de 2010

Meu Pé de Goiaba

Anápolis-GO, 10 de agosto de 2010




Era uma tarde ensolarada de domingo. Eu estava nos fundos da casa de meus avós deitada na beira de piscina, olhando o céu azul e passando uma das mãos sobre água da piscina. 
Eu passava a mão simplesmente por cima da água, acariciando-a, assim como alguém que acaricia um pêssego.
Em tudo ali havia paz, não havia música, nenhum som, somente o sussurro de Deus aos meus ouvidos que, de mãos dadas comigo dizia calmamente ao sol para aquecer um pouco mais, e hora ou outra para o vento passar pelo meu rosto e mexer nos meus cabelos.
Foi quando ouvi meu pai me chamar. Ele me convidou a  ajudá-lo a colher algumas goiabas ali no pé.Me deu uma sacola de plástico e eu fiquei com outra. E olhando de baixo parecia impossível colher uma fruta sequer.
Eu olhava e tentava achar uma goiaba  que eu pudesse alcançar, mas as que eu achava estavam podres ou com bichinhos de goiaba.
Meu pai com sua sabedoria usava um pedaço de pau  para conseguir achar lá no topo da árvore goiabas boas para pegar. Ele sacudia as vezes alguns galhos, mas no final conseguia pegar as goiabas boas.
Diante da minha pequena angústia meu pai disse :
"Minha filha, a vida da gente é assim como um pé de goiaba. Olhando por baixo parece que está tudo errado, que é tudo muito difícil e complicado de ser resolvido, que está tudo perdido.
Basta então olhar com mais calma, ver as coisas por outro ângulo e ser perseverante, e então você percebe o quanto a vida é bela."
Isso fazia todo sentido em meu coração.
E Deus olhando sentado do lado da piscina sorria feliz, pois sabia que mais um de seus filhos acabava de ser achado.

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